
Bolha Social Media. Qual bolha?
20 abril 2011
El hombre que vivía dentro de la burbuja – ©fotografía Juan Luis Polo
Na primeira hora da manhã um menino começa a reclamar na frente da sua mãe:
Estou enfrentando uma opressão exploradora no colégio, abusam da gente, me recuso a fazer parte de um sistema que nos menospreza e nos coisifica. Não quero voltar à escola.
E a mãe pergunta para seu outro filho:
Qual prova seu irmão tem hoje?
E este responde:
Matemática, eu acho…
Li hoje o post que Antonio Mas publicava no seu blog sobre o iminente estouro da bolha das mídias sociais e lembrava da frase da criança que reclamava com a mãe. Acho que tenho vantagem para entender o que Antonio quer transmitir de fato: seu cansaço do momento todos nas mídias sociais e seu ceticismo frente aos crescimentos sustentados deste setor, desde sua experiência em outros terrenos ao longo destes anos. Mas principalmente ser consciente que os jogadores que estavam muito longe em capacidade e faturamento quando olhava no retrovisor estão agora do seu lado.
Desde que o conheço sempre senti inveja de como sua empresa cresceu de forma estruturada, com projetos recorrentes baseados na manutenção web, com uma equipe consolidada ano a ano, com uma concorrência clara e identificada (seus arquiinimigos como ele chama). No entanto, o ano 2009 nos trouxe uma das maiores crise financeiras da historia que inevitavelmente produz ajustes entre o consolidado e o nada borbulhante setor das produtoras on-line: o universo de crescimento continuado se desestrutura na mesma velocidade em que são abertas oportunidades em outros setores. Um setor que está se reinventando até o ponto que Antonio e eu temos coincidido em possíveis clientes com ofertas sobre Social Media, sendo que a empresa dele é expert em desenvolvimento web sobre Drupal…
Porém, alinhado com a mensagem de Antonio, exposta entre as linhas de um penitenciagite sobre o final da barra livre dos Social Media, me permito compartilhar com vocês minhas reflexões:
- Bolha: este setor, oportunidade ou tendência está crescendo no pior momento financeiro desde a crise de 1929. É muito diferente de tudo que era conhecido até hoje. De fato, comparado com o dinheiro que se movimentava no ano 2000 para pôr em funcionamento uma web vazia e necessitada de conteúdos a posteriori, a atividade de marcas e usuários nas mídias sociais atualmente é quase low cost. Haverá um ajuste, pode chamá-lo de bolha, mas o dinheiro que as empresas estão investindo neste terreno é bastante inferior se comparado com webs e display de outrora. E um item a mais: no ano 2000 se queimava dinheiro em conteúdos que poucas pessoas liam, porque só podiam ser acessadas por um grupo de privilegiados com conexão à rede. Hoje, se a empresa não cria, os conteúdos, são feitos pelos usuários. E a conexão será parte do nosso dia a dia, graças a revolução silenciosa dos dispositivos móveis.
- Estar por estar nas mídias sociais é passado. Em 2008 o interesse em explorar as possibilidades sem um objetivo concreto era o leit motiv das companhias que começamos a trabalhar. Já não é. Cada empresa está tratando com muito cuidado e atenção como e onde colocar o dinheiro neste momento e quando não aplica, não é feito. Com certeza que o e eu mais sempre está lá, mas na realidade o dinheiro é um bem escasso, o que faz com que as decisões sejam muito mais motivadas e baseadas no negócio.
- Supervalorização do Facebook e outros serviços sociais: pode ser que exista, não nego. Mas tem algo radicalmente distinto de outras situações similares: o Facebook e outros serviços fazem parte de nossas vidas. E quando falo de vidas, estou me referindo a tudo aquilo que alimenta nosso eu mais básico, desde as relações pessoais até nossa vida familiar.
- Retorno do investimento: no que não posso concordar mais. Se não for iniciado um projeto, campanha, site ou o que seja decidido pôr em funcionamento, sem um objetivo claro e se podemos atingi-lo, teremos um problema cedo ou tarde.
Cada vez que um setor mostra sintomas de atividade econômica, mais e mais empresas se sentem atraídas a entrar nele. Proporcionar serviços dentro do âmbito das mídias sociais é um imã muito forte para agências e empresas na procura de novas formas de manter ou ampliar receita. Se não há barreiras de entrada a oferta se multiplica de maneira exponencial, sobretudo quando outro tipo de serviços que eram prestados demonstram sintomas de esgotamento. O aumento da demanda faz que o custo dos serviços baixe e as empresas comecem a competir no preço, em vez de nos resultados. Não é necessário mais do que o sentido comum para desenhar o cenário futuro: sobreviverão e crescerão as melhores empresas, aquelas capazes de oferecer resultados sem que seu pulso trema.
Bolha? Eu diria que é a seleção natural das espécies.
Antonio Mas | La explosión de la burbuja media
Fernando Polo | ¿Burbuja Social Media? Hábito, no moda

